Células epiteliais na urina. Causas e tratamento

De repente, o seu exame de urina apresentou numerosas células epiteliais na urina. Isso é normal? Pode ser um problema? É grave? O que eu devo fazer? Bem, saiba que esse tipo de situação é comum e pode ser resolvida sem grandes transtornos para o seu dia a dia.

Para ajudar na compreensão sobre o que significa a existência dessas células na nossa urina, apresentamos neste artigo uma série de orientações.

Inicialmente, explicamos o que representa a presença das células epiteliais na urina.

Também comentamos sobre as causas para o seu aparecimento e a diferenciação importante que deve ser feita em relação à quantidade (pouco ou muita) dessas células no trato urinário.

Mencionamos ainda os impactos que isso pode causar às mulheres que estão grávidas. Além disso, abordamos a respeito do tratamento adequado para quando isso se apresentar como um problema para a pessoa.

Índice

O que são células epiteliais na urina

células epiteliais na urina

Antes de dizer o que representa a presença de células epiteliais na urina, é importante explicar de fato o que são as células epiteliais.

Elas ficam todas ligadas umas com as outras e constituem o tecido, de nome epitélio, que reveste toda a superfície do organismo humano, desde a pele até os tubos do sistema urinário ou do sistema digestivo, por exemplo.

Esses tecidos não apresentam vasos sanguíneos e têm como funções principais: absorção, excreção, proteção e secreção. Os tecidos formados pelas células epiteliais são essenciais para a produção dos hormônios, mas também para a perda de água e ainda protegem contra os próprios microrganismos do corpo.

Há dois tipos de tecidos epiteliais: o de revestimento e o glandular. O primeiro é responsável pela superfície externa, mas também pelas cavidades internas do nosso corpo, podendo ser estratificados ou simples.

Já o segundo produz as mucosas e serosas (secreções). Essas células são usadas pelo corpo ou eliminadas, caso sejam vistas como desnecessárias pelo organismo.

As células epiteliais podem ainda se dividir em tipos diferentes: neuroepiteliais e mioepiteliais.

As neuroepiteliais são responsáveis por captar estímulos vindos do ambiente externo, tais como o cheiro das coisas, o paladar e o gosto dos alimentos e o tato, quando nosso corpo toma contato com objetos e pessoas.

As mioepiteliais trabalham junto com o tecido epitelial glandular e produzem e liberam as secreções de nosso organismo. Tais descartes ocorrem por meio das glândulas salivares (saliva), sudoríparas (suor) e mamárias (peito).

Dependendo da região onde as células epiteliais estiverem presentes, elas podem ter nomes específicos.

No caso dos rins, por exemplo, elas são chamadas de podócitos ou mesmo células epiteliais glomerulares. A função delas neste caso é ajudar os rins a filtrar as substâncias que estão presentes no nosso sangue.

As células que são visualizadas normalmente nas análises de urina são conhecidas como células epiteliais de descamação (falaremos mais profundamente delas em um item a seguir). Elas são células do epitélio da bexiga e da uretra que geralmente se descamam para renovar-se. Esse processo é comum e costuma ocorrer mais em mulheres do que em homens.

Porém, quando há um número excessivo de células epiteliais na urina, pode evidenciar a existência de infecções urinárias ou mesmo uterinas. Em casos mais graves, podem representar até mesmo câncer do colo de útero.

Quais as causas para o seu aparecimento

Como vimos, é bastante normal encontrar células epiteliais de descamação e dos rins na análise de urina, também conhecida como urinálise.

Por outro lado, como já mencionamos, também pode indicar que algo não esteja funcionando corretamente no organismo. Por isso, vamos nos deter um pouco mais quanto às causas da ocorrência dessas células na nossa urina.

O que pode aparentar um problema quanto à presença de células epiteliais na urina é quando a urinálise observa que elas estão juntas em forma de cilindro, sendo conhecidas como cilindros epiteliais. Quando isso ocorre, denota a presença de células, proteínas ou sangue na urina.

O fato de estarem em cilindros evidenciam que as células epiteliais vieram dos tubos renais e não de outras áreas do chamado trato urinário, tais como a bexiga e a uretra.

Geralmente quando células epiteliais vêm em formato de cilindros, quer dizer que há alguma lesão nos chamados túbulos dos rins. E, caso haja uma grande quantidade desse tipo de célula neste formato na urina, pode indicar algum problema renal bastante grave, como a síndrome nefrótica, que costuma afetar fortemente os rins e comprometer seu funcionamento.

Células epiteliais numerosas

As células epiteliais numerosas podem indicar problemas de toda a sorte no paciente. Para isso, é importante fazer o exame de análise de urina, também conhecido como urinálise.

É ele quem vai detectar as células epiteliais na urina e poderá dizer se são de descamação, de qual parte do organismo e também se a quantidade aponta alguma anormalidade no sistema renal.

Caso as células epiteliais em formato de cilindro estejam em grande quantidade, pode revelar algumas patologias reais. Além da síndrome nefrótica que já comentamos, também pode ocorrer infecções bacterianas ou virais, neoplasias, necrose tubular aguda e até mesmo inflamações.

Pessoas que fizeram transplantes renais recentemente também precisam ficar atentas. Isso porque, caso a análise de urina apresentar células epiteliais numerosas, pode ser que o organismo esteja apresentando algum tipo de rejeição ao órgão transplantado.

No entanto, durante o exame de análise de urina, é importante o profissional da saúde levar em conta também outros fatores e elementos que podem estar na urina, tais como os leucócitos e hemácias, bem como a alteração de suas estruturas morfológicas, conhecidas como dismórficas. Tendo uma percepção mais do todo, pode fazer com que a pessoa se aproxime de um diagnóstico mais próximo da realidade.

Uma curiosidade: o ciclo menstrual altera a quantidade de células epiteliais na urina. Por isso, é recomendável que não sejam realizados exames de urina nas mulheres durante o ciclo menstrual, caso contrário, a chance dos resultados não se apresentarem precisos é bem maior.

Células epiteliais de descamação

Células epiteliais de descamação

As células epiteliais em descamação nada mais são do que o processo normal pelo qual passa a renovação dessas células. Todas as vezes que elas precisam se renovar, elas descamam e as mais velhas acabam sendo descartadas pelo organismo pela própria urina. Por isso, é bastante comum a presença de células epiteliais na nossa urina.

A seguir, um exemplo bastante fácil de entender a questão da descamação. As cobras costumam deixar a sua pele para dar lugar a uma mais nova, não é mesmo? Bem, esse processo também ocorre com as células epiteliais, já que elas revestem o corpo humano e as suas cavidades. Essas células descamadas precisam sair do corpo e o fazem pela urina.

O problema é quando há uma quantidade exagerada de células epiteliais em descamação na urina, podendo revelar alguma infecção urinária. Por isso, uma análise da urina é fundamental, para detectar até que ponto essa presença numerosa de células epiteliais na urina pode estar afetando alguma parte do sistema renal, uterino ou até mesmo outras áreas do organismo. Nas mulheres também é possível encontrar as células epiteliais durante o exame de Papanicolau. Isso porque as células costumam ficar na flora vaginal.

Células epiteliais raras

Por outro lado, quando o diagnóstico do exame de urinálise indica que as células epiteliais são raras no organismo, especialistas atestam que a pessoa provavelmente não tem nenhum problema aparente em seu trato urinário.

Mas repetimos: como as células epiteliais se renovam, é normal que elas estejam presentes no organismo. A ausência por completo delas na nossa urina e no sistema renal é praticamente impossível, pois indicaria que as células não estão sendo renovadas ou as velhas não estão sendo liberadas pelo organismo, podendo representar outras enfermidades, que devem ser analisadas por médico especialista.

Células epiteliais na gravidez

Células epiteliais na gravidez

As mulheres que estão na gravidez precisam tomar maiores cuidados, para manter o bebê saudável e elas próprias muito bem para a gestação ocorrer da melhor maneira possível e a criança nascer bem de saúde.

Ocorre que é bastante comum ocorrerem infecções urinárias nas mulheres durante este período. Por isso, é fundamental que sejam realizados exames regulares para acompanhar o andamento da gestação e ver se não há algum tipo de anormalidade.

A presença de grande quantidade células epiteliais na urina de uma gestante provavelmente vão indicar uma infecção urinária. Mas também é necessário ver o nível dos leucócitos e também se aparece alguma bactéria no exame de cultura. Esses elementos reunidos ajudarão a entender se as células epiteliais em descamação estão em níveis superiores aos normais na urina da mulher, o que impõe um tratamento adequado para que ela possa recuperar a normalidade em seu trato urinário e, consequentemente, não afetar o bebê que está em sua barriga.

Tratamento adequado

Para saber qual o tratamento adequado, é fundamental que um médico especialista analise os dados apresentados no exame de urina, já que é importante considerar todos os resultados informados pela urinálise e não apenas os níveis de células epiteliais no trato urinário.

Por exemplo, para as pessoas com síndrome nefrótica causadas pela quantidade elevada de células epiteliais na urina em formato cilíndrico, a ingestão de medicamentos imunossupressores e glicocorticoides variados costuma ajudar no combate ao problema.

O consumo de medicamentos específicos para o combate de infecções urinárias também costuma responder bem durante o tratamento.

Mas para saber qual exatamente é o indicado é importante que seja realizada uma avaliação médica que ajude a identificar a origem real do problema.

Para os casos mais graves que podem indicar câncer de colo de útero, por exemplo, é fundamental que seja realizada uma análise por um oncologista, que tem todas as condições de identificar a doença e o tratamento adequado.

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